quinta-feira, 29 de maio de 2008

Aquele Aparelho....


Estou sentado em frente a uma caixinha que mudou o mundo e a forma como o vemos...

Lá dentro encontram-se cinco figuras que me irão entreter nos próximos quarenta e cinco minutos. Há algum tempo que a respectiva caixinha de ilusões não me prendia a horas certas mas, desta vez, eu teria de estar colado a ela. Inicia-se o espectáculo, muitas luzes, muita cor, e uns toques de cosmética que propiciam uma imagem diferente aos presentes, servem de “engodo” para nos manter atentos aos próximos minutos. Sei que houve sorteio para escolher qual das figuras começava, de forma civilizada, a expor as suas ideias e contratos com aqueles que cujo interesse é muito próximo do meu.

Só sei é que se iniciou o jogo!

Um jogo onde todos sabiam que um deles sairia dali de dentro perdedor ou vencedor. Em quarenta e cinco minutos do meu tempo, percebi que a palavra credibilidade deixou de aparecer em todos os dicionários Portugueses, dizem que Alguém a levou e se apoderou dela.

Em quarenta e cinco minutos vi alguém que nem deveria lá estar dentro, a tentar renascer das cinzas, querendo-se afirmar pelo seu passado recente e pela contagiante dialéctica sofista que nos habituou! Para mim deu XINEF!

Em quarenta e cinco minutos verifiquei que um membro da sociedade civil (como se não o fossemos todos!), conseguiu ser mais determinante e incisivo, apesar de não contar para o respectivo boletim da sorte grande, chegando mesmo, ao estilo de Indiana Jones, a iniciar a busca da Credibilidade perdida!

Em quarenta e cinco minutos assisti à tentativa de ser diferente, de oferecer outro caminho. Podendo ser mais consistente, soube ficar calado quando os outros foram olhar lá bem para trás!

Em quarenta e cinco minutos vi o quinto elemento, muito compreensivo e sabedor do acto da moderação.

Final do Jogo! Vamos a contas!

Quem perdeu foi a senhora que se apropriou da credibilidade! Quem venceu foi a moderação e a inteligência de saber estar!

Não poderia ter chegado ao fim daqueles quarenta e cinco minutos, a olhar e a ouvir o que saía da caixinha sem ser interrompido! Não, não foi publicidade mas sim, quase no final, nas mensagens para os “fieis” houve alguém que me disse que a credibilidade já constava de novo em todos os manuais! Recebi uma mensagem dizendo: Foram dados Passos credíveis e podemos afirmar que foi a diferença e a forma de estar, como ideias subjacentes à investigação, que recuperaram esta palavra que alguém tentou roubar!

Nota: Quando desliguei o Aparelho (a caixinha de ilusões, não o outro aparelho), fui confirmar se a mensagem que tinha recebido era na verdade, verdade!

Credibilidade = algo que merece ser crível! Acreditável! De origem latina credibile!

Confirmo, já está presente nos nossos dicionários, ninguém se apropriou dela, apenas houve uma tentativa, mas que com a chegada dos bombeiros, rapidamente o fogo foi debelado. Existe sempre quem apague o fogo! Felizmente, são mais aqueles que apenas o dizem do que aqueles que o fazem!

Mas será que estamos todos doidos??





Esta é uma questão que cada vez coloco a mim mesmo, e dada toda a sequência de acontecimentos que ocorrem a uma velocidade vertiginosa, temo que um dia destes, terei que desenvolver uma psicopatologia qualquer e juntar-me ao grupo dos Portugueses agarrados às “drogas legais”. Fala-se muito da Holanda, mas caso não o saibam somos o país com maior número de utilizadores de psicofármacos da Europa. Dá que pensar não?

Vejamos:

Não conheço ninguém que diga bem deste governo e do seu Primeiro-Ministro, mas no entanto continua à frente nas sondagens.

Penso que ainda não entenderam que os constantes aumentos do preço dos combustíveis, particularmente ao nível do Gasóleo, se traduzem num aumento quase que imediato no custo de vida. Por muito que baixem o IVA e IRC não vão inverter esta situação (sim, o IVA vai descer durante o próximo ano, porque eles querem ganhar as eleições).

Fala-se ainda, da escassez de alimentos, mas as grandes medidas no orçamento por parte do governo são para as novas tecnologias (não que as devêssemos apoiar também!). No dia que alguém vir um computador criar um rabanete, façam o favor de me avisar. Esquecem-se que sem plantar e sem ajudar quem colhe não haverá outra solução! Ou passa-se FOME, ou recorre-se à importação.

Ainda na agricultura (componente profissional da minha vida), assiste-se que os subsídios para as regiões agrícolas no interior, são atribuídos em função da dimensão da Unidades Agrícolas (UA), e não do volume da sua produção, o que em princípio está correcto. No entanto, penso que os apoios deviam ser maiores para as UA com menor dimensão mas com maior qualidade de produção.

Como é que se pretende combater a desumanização das terras do interior quando a politica seguida neste sector as empurra para as terras produtoras de betão?


Fala-se muito do abandono das terras e das respectivas consequências como é o caso dos incêndios, mas, provavelmente não era nada mal pensado voltarmos a dar apoio aos jovens que querem iniciar a sua vida em UAs produtivas e explorações pecuárias assentes em princípios de boas práticas de bem-estar animal, onde exista primazia pelo extensivo com pastos fortes e de boa qualidade.

Já agora, sabiam que um hectare de pasto de leguminosas (ou seja, em grosso modo, não cereais), produz o mesmo oxigénio que um hectare de carvalhos e com a vantagem de não demorar 30 anos para crescer?

E nós, continuamos a debater lideranças…

Penso que Portugal precisa de nós.

quarta-feira, 28 de maio de 2008





No Oeste também damos Passos...


A passos largos, percorri uma viela escura, onde a única luz possível de observar era aquela que surgia bem no fundo. Não sei porque me coloquei neste percurso, só sabia que cada vez mais os meus passos eram certos! Pé ante pé lá continuei eu, reparando nos olhares sinistros que surgiam nas janelas das casas da rua. De um lado e do outro daquela viela, enclausurados por uma parede de vidro, olhares discretos acompanhavam o meu caminho sendo apenas perturbados quando, entre as janelas de cada lado daquele estreito lugar, os seus olhares se cruzavam! Em cada uma delas, por onde passava via rostos conhecidos e menos conhecidos, as mesmas vontades mas o mesmo medo, fosse de um lado ou do outro. Quantas vezes perguntei a mim mesmo, que se passará com eles? Nunca o percebi, sinceramente.

Eu cá continuo, rapidamente, a tentar chegar àquela luz que cada vez é mais forte! Sigo o meu caminho e traço objectivos mentais para que aqueles olhares não se cruzem com o meu. Pode parecer estranho mas nos dois lados da Rua os olhares entre eles agudizam-se sendo que quando olham para mim, parecem suavizar e acalmar! Não os compreendo.

Dei grandes passos, aumentei o meu ritmo e a luz que era ténue no princípio tornou-se mais forte! No meu pensamento quero que esta jornada chegue ao fim, quero atravessar esta rua e deixar de ver aqueles olhares que quase se "comem" de um lado ou do outro. No meu íntimo, gostava que aqueles que estão enclausurados viessem comigo, que tentassem chegar, lado a lado, à luz que brilha lá no fundo da Rua.

Sei que ficarei sempre no meio daqueles olhares severos que se cruzavam. No entanto lá estarei eu, tentando ser o centro das suas atenções, procurando suavizar e eliminar os seus medos e tudo aquilo que os dividia naquela viela estreita…

Está na hora de dar Passos maiores …venham daí!